Setembro 16, 2020

Equipamentos de eletrocirurgia: riscos e cuidados

Eletrobisturis: riscos e cuidados

Os equipamentos de eletrocirurgia são intrínseca e potencialmente perigosos, pois operam com altas correntes e tensões.

Portanto os usuários devem estar plenamente conscientes dos riscos, atentos aos cuidados qualitativos e quantitativos necessários, compreender os princípios de funcionamento e serem treinados para operar dentro dos limites de segurança destes equipamentos.

Riscos e Cuidados que devem ser sempre observados

1.- O eletrodo de retorno, cabos e plugs devem estar sempre em perfeitas condições. Os pedais devem estar limpos, isentos de umidade, sangue ou líquidos biológicos e com suas vedações íntegras.

2.- As correntes de RF podem interferir em outros circuitos eletrônicos (equipamentos de monitoração, oxímetros, marca-passo, etc.), criando situações de risco ao paciente e ao operador.

O efeito da interferência pode ser reduzido se a corrente de RF eletrocirúrgica não passar perto do coração. Se for usado eletrodo de retorno, este deve se localizar o mais próximo possível do local da cirurgia, e o caminho da corrente entre eletrodo ativo e o de retorno deve ser o mais distante possível do coração.

 

Posicionamento do Eletrodo de Retorno de acordo com o sítio cirúrgico (Erboton E175 – Germany)

3.- Não aplicar o eletrodo neutro em áreas com pelos ou próximo à ossatura ou de próteses metálicas do paciente.  A condutividade elétrica da pele na área de contato com o eletrodo de retorno deve ser melhorada através da limpeza da oleosidade. Áreas sujeitas a secreção de suor, ou áreas de contato pele-pele devem ser separadas através de panos secos.

4.- Se o paciente está conectado a algum equipamento de monitoração, os eletrodos de ECG não devem ser aplicados próximos à área da cirurgia. A distância deve ser no mínimo de 15 cm. Instrumentos com cabos que possam conduzir RF, não devem ser aplicados ao paciente durante a eletrocirurgia.

5.- O centelhamento produzido por comutação de corrente elétrica pode causar explosão se houver no ambiente gases inflamáveis e oxigênio nas proporções adequadas. Como a eletrocirurgia envolve centelhamento para o tecido (ou nos contatos dos pedais de acionamento), não é seguro utilizar anestésicos ou gases inflamáveis em conjunto com estes equipamentos.

6.- Equipamentos de eletrocirurgia são dispositivos predominantemente eletrônicos, portanto, com poucas partes ou peças sujeitas a desalinhamentos ou desgastes mecânicos. As partes passíveis de avarias mecânicas são os cabos e respectivos conectores, o pedal de acionamento e a caixa do equipamento e o eletrodo de retorno.

7.- Evitar a presença de partes metálicas de instrumentos cirúrgicos (ex: trocater e separadores), hastes de suportes de soro próximos aos eletrodos ativo e de retorno  ou seus cabos.

Manutenções, Calibrações e Testes de Segurança Elétrica

A frequência de manutenções preventivas é geralmente indicada pelo fabricante. Na ausência de tal informação, recomenda-se proceder a uma inspeção geral a cada seis meses, observando itens qualitativos, testes quantitativos e procedimentos de manutenção.  ATENÇÃO:

Nunca toque ou segure as partes condutivas dos eletrodos a menos que esteja seguro que o equipamento está desligado. Nunca realize os testes e inspeções de todas as unidades ao mesmo tempo, para não deixar a equipe médica sem equipamentos no caso de uma emergência.

Inspeções qualitativas

1.- Inspeções Visuais:

A.- caixa, estojo, chassis, painel, tampa; carrinho, suporte de montagem, pedestal ou outro mecanismo de fixação; rodízios do carrinho (no caso de ser este o tipo de suporte);

B.- cabo de alimentação, tomada, fixação mecânica do cabo, terminal de aterramento; fusíveis, disjuntores do equipamento, dispositivos de proteção de sobrecarga; cabos de conexão com os eletrodos e pedais, e seus conectores. Particular atenção na continuidade do cabo do eletrodo neutro, eletrodo neutro e no dispositivo de monitoração de contato (MQC).

C.- eletrodos (ativo e de retorno); acessórios (cabos, pedais, gel, eletrodos)

D.- chaves e controles (mesmo os redundantes, como chave no painel e na caneta); indicadores, mostradores luminosos (de funcionamento normal e alarmes); alarmes e outros sinais audíveis;

E.- deve também fazer parte da manutenção preventiva a limpeza externa do equipamento, com especial atenção aos eletrodos, que podem acumular resíduos orgânicos e resíduos de gel condutor, colocando em risco a segurança do paciente.

Testes quantitativos: Calibração e Testes de Segurança Elétrica

Devem ser realizados por pessoal capacitado, de acordo com as instruções do fabricante ou de normas técnicas aplicáveis ao equipamento (NBR IEC 60601 ou NBR IEC 62353).

Calibração e Testes de Segurança devem ser feitos pelo fabricante ou representantes habilitados, com equipamentos de calibração certificados e rastreados.

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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