Equipamento de ultrassonografia e funções principais
Equipamentos de ultrassonografia (US) podem apresentar modelos e operação muito simplificadas como os equipamentos de US para inserção de dispositivos intravasculares (por exemplo PICC) ou extremamente complexos como os modelos mais sofisticados para Cardiologia avançada.
Apesar das funções e comandos de um equipamento de ultrassonografia variarem de fabricante para fabricante, os comandos e funções mais comuns são: Seleção do transdutor, Seleção do modo de operação: modo-A, modo-B, Doppler, modo-M, Controle de profundidade do scan e Zoom, Seleção de foco, distância focal, Compensação de ganho – TGC, Controle do nível de transmissão, Controle de display e Freeze.
Transdutores: Efeito Piezoelétrico
Dispositivo que converte energia elétrica em mecânica (US) e vice-versa através do efeito piezoelétrico. A onda sonora de ultrassom é emitida em direção aos órgãos do corpo, que a refletem conforme as características anatômicas e fisiológicas (doppler) de suas estruturas, gerando assim uma imagem.
A frequência de operação dos transdutores pode variar entre 2 e 15 MHz. Quando maior a frequência, menor a capacidade de penetração e maior resolução da imagem e vice-versa.
Tipos Transdutores e Aplicações
Convexo: órgãos internos – fígado, vesícula biliar, rins, útero, ovários, coração.
Linear: órgãos externos/superficiais – tireoide, mamas, testículos, músculos e tendões, pele.
Doppler: aplicação extensa em Cardiologia, Obstetrícia, Vascular, Hepatologia, Nefrologia. Utilização para medição, velocidade, fluxo e volumes sanguíneos.
Endocavitário/Transesofágicos: para exames dos órgãos internos por vias naturais do organismo (esôfago, vagina e reto), ou vias artificiais (cirurgia hepática, neurocirurgia, endoscopia, etc.)
Setorial: auxilia em exame de alguns órgãos internos (cardiologia, neurologia).
Especiais 3D/4D/Biplanares: para obtenção de imagens especiais volumétricas com e sem movimento (4D/3D, biplanares).
Elastografia: utilização na avaliação da elasticidade dos tecidos (mama, fígado).
Ultrassonografia contrastada: para avaliação da perfusão dos tecidos (coração, fígado, tumores) com utilização contrastes orais, intravenosos ou microbolhas de gás.
Controle de Qualidade
O controle de qualidade de equipamentos de ultrassonografia consta da manutenção preventiva (conforme norma ABNT ou informação do fabricante), inspeção visual diária dos transdutores (superfícies de contato e cabos). Na manutenção preventiva pode ser incluído testes com PHANTOMS para verificação dos parâmetros de medição de distância, relação sinal/ruído, penetrabilidade, uniformidade, resolução de contraste e sensibilidade.
Aspectos de Segurança e Cuidados e Limpeza
Apesar de ser equipamento não-crítico, os transdutores de ultrassom podem ser contaminados por microrganismos, devido à interação do transdutor de equipamentos de ultrassonografia com os tecidos e líquidos biológicos. Portanto, procedimentos de limpeza, desinfecção ou esterilização são fundamentais e devem fazer parte da rotina de boas práticas no processamento de produtos para a saúde da instituição e constar em protocolos formais.
Todas as práticas de limpeza, desinfecção ou esterilização, assim como produtos desinfetantes e soluções de limpeza, devem estar de acordo com as orientações do fabricante, explicitadas em manual, as Diretrizes de Práticas em Enfermagem Cirúrgica e Processamento de Produtos para a Saúde – SOBECC/2017 e a RDC ANVISA 15/2012 (Boas práticas para o processamento de produtos para saúde).
Na utilização de ultrassom deve-se observar que outras fontes de US próximas, ondas de rádio e até ventiladores podem gerar interferências nas imagens e, eventualmente, erros de interpretação do diagnóstico.
Os equipamentos de US foram citados como equipamentos de riscos nos relatórios do ECRI (Top 10 Health Technology Hazards) nos anos de 2017, 2018 e 2020.
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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE
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