Mantas Térmicas são equipamentos amplamente utilizados em Centro Cirúrgicos e UTI com o objetivo de aquecer o paciente.
No período perioperatório, que compreende todo o período pré e pós-cirúrgico, o paciente perde calor por diversos motivos, a começar pelo ambiente refrigerado e frio dos centros cirúrgicos, que de acordo com a norma NBR 7256/2005 deve ficar entre 18 e 22ºC e umidade relativa entre 45 e 55%.
Além disso, a anestesia reduz a temperatura corpórea pela inibição da termorregulação pelos anestésicos e diminuição do metabolismo, causando a hipotermia que é definida como sendo a temperatura corporal central menor que 36°C.
Outros procedimentos perioperatórios tais como a realização da antissepsia da pele do paciente com o corpo descoberto e a infusão de soluções frias no decorrer do procedimento também contribuem para a hipotermia
Para se manter a normotermia (36,5ºC a 37,2ºC) intraoperatória o método mais efetivo é o aquecimento prévio da temperatura periférica e assim garantir um menor gradiente entre a temperatura central e periférica.
Hipotermia e normotermia estão relacionados com infecções em sítios cirúrgicos, como discutido nos guidelines SCIP-10 (Surgical Care Improvement Project – https://doi.org/10.1097/ALN.0000000000000681) que cita a manutenção da normotermia como procedimento de grande benefício para o paciente, fácil aplicação e custo baixo.
Além desses aspectos clínicos, a hipotermia pode causar aumentos do tempo de recuperação pós cirúrgica, tempo de internamento e custos, e também insatisfação do paciente.
Os sistemas de aquecimento mais comuns são:
1.- Sistema de Ar Aquecido forçado ou Mantas Térmicas.
2.- Cobertores Térmicos ou Colchões elétricos.
3.- Colchões ou vestimentas com circulação de água quente.
4.- Blocos de Aquecimento de Fluidos Intravenoso ou intracavitário.
O Sistema de Ar Aquecido ou Mantas Térmicas é o sistema mais difundido, pela facilidade de instalação das mantas corporais, que possuem modelos de mantas descartáveis para corpo inteiro ou para partes específicas do corpo.
Este sistema é constituído por uma unidade gerenciadora da temperatura do ar aquecido e do fluxo de ar. Os colchões descartáveis ficam conectado à esta unidade por uma tubulação flexível.
Os sistemas de Cobertores Térmicos (Colchões elétricos) e Colchões ou vestimentas com circulação de água quente são menos utilizados pois apresentam restrições em sua operação, entre as quais podemos citar:
1.- Os colchões possuem conexões e cabos elétricos próximos ao campo cirúrgico e também são menos flexíveis devido às placas de resistências elétricas inseridas em seu interior, que são os elementos de aquecimento.
2.- No caso dos colchões com circulação de água quente, o maior risco é o vazamento de água na região do campo cirúrgico.
3.- Tanto Cobertores Térmicos (Colchões elétricos) e Colchões com circulação de água quente apresentam menor eficiência na troca térmica com a superfície do corpo humano (http://www.anestesiasegura.com/2010/02/controle-de-temperatura-corporal-4.html).
Adicionalmente aos sistemas de aquecimentos por mantas, a hipotermia pode ser reduzida com a utilização de equipamentos do tipo Bloco de Aquecimento de Fluidos Intravenoso ou intracavitário, que aquecem de forma indireta os fluidos de aplicação intravenosa ou os fluidos utilizados para lavagem de regiões intracavitárias, reduzindo a perda de temperatura que ocorre quando se utiliza esses mesmos fluidos em temperatura ambiente.
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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE
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