Outubro 14, 2020

Oximetria de Pulso: Monitores Multiparâmetros

Oximetria de Pulso (SpO2)

A monitoração da Oximetria de pulso ou saturação periférica ou funcional  de oxigênio (SpO2), mede e monitora o percentual da saturação funcional do oxigênio no sangue, usando uma combinação de pletismografia e espectrofotometria.

Por ser um método não invasivo, é bastante útil para verificações instantâneas do estado de oxigenação arterial do paciente.

Usa-se, para isto, um sensor construído conforme a figura acima, no formato de um prendedor. O dedo do paciente é acomodado entre os transmissores (Led’s infravermelho e vermelho) e o receptor, ficando o sensor acondicionado ao dedo do paciente.

Princípio de Funcionamento

O princípio de medição baseia-se na capacidade da oxihemoglobina, a hemoglobina que carrega oxigênio no sangue arterial, de absorver radiações infravermelhas. A faixa de frequência infravermelha utilizada nos oxímetros de pulso varia entre 660 e 940nm (podendo ter variações entre fabricantes).

O feixe de radiação infravermelha ao passar pelo dedo do paciente é absorvido proporcionalmente à quantidade de oxihemoglobina presente no sangue arterial. Quanto maior a absorção, mais hemoglobina oxigenada estará presente no sangue, maior será a indicação de saturação no equipamento.

É importante ressaltar a diferença entre a saturação de oxigênio no sangue arterial entre Oximetria de pulso e a Hemogasometria.

Enquanto a Oximetria de pulso considera somente as oxihemoglobinas, na hemogasometria também são consideradas as carboxihemoglobinas, podendo, portanto, haver diferenças no parâmetro SpO2 nesses dois exames, especialmente em pacientes críticos.

Tecidos, cartilagens, ossos, sangue venoso e pele também absorverão um pouco deste feixe infravermelho.  Este efeito será compensado eletronicamente para que se possa definir unicamente a parcela de absorção devida à hemoglobina oxigenada no sangue arterial.

Cuidados Importantes

Identificar o tipo de paciente: adulto ou pediátrico, para escolha do sensor adequado.

Posicionar o sensor em área vascularizada e fixando com a fita adequada no caso de sensor neonatal.

Não colocar o sensor no dedo cujo membro esteja posicionado o manguito, pois quando o mesmo é inflado a perfusão será interrompida e a medida prejudicada.

Verificar a interferência de luz, natural ou artificial, na leitura do sensor.

Fixar a fita com folga evitando o garroteamento do local.

Observar as condições fisiológicas do paciente como: queimaduras, baixa perfusão e edema de membros e uso de vasoconstritores periféricos.

Programar os alarmes de acordo com a idade e patologia de cada paciente.

Limpeza e Esterilização: limpar o sensor com tecido umedecido com água e sabão   neutro. Nunca imergir ou esterilizar.

Principais problemas ou interferências

Interferência de Unidades Eletrocirúrgicas (Eletrobisturi)

Luminosidade Ambiente.

Intoxicação por Monóxido de Carbono.

Sensores incompatíveis.

Esmalte/unha e pigmentação/pele.

Injeções intravenosas de azul de metileno ou indocianina verde.

Vascularização periférica por ação de garroteamento do manguito de PNI.

Hipotermia, Hipotensão, Anemia.

Drogas vasoconstritoras.

Uso de Oxímetros comuns em exames de Ressonância Magnética.

Cabos, conectores e sensores.

Rotinas e Instrumentos de Testes e Calibração.

A maioria dos equipamentos de oximetria de pulso já vem calibrada de fábrica, executando rotinas de auto diagnóstico (teste funcional) automaticamente depois que o instrumento é ligado.

No entanto são necessárias calibrações preventivas de rotina ou quando há suspeita de algum mau funcionamento. Essas calibrações devem obedecer às orientações do fabricante ou a norma ABNT IC 60601-2-61/2015.

Para isso, existem simuladores cuja função é testar a exatidão das medidas realizadas pelos oxímetros de pulso que são basicamente dois tipos de simuladores; o simulador de pulso e o simulador eletrônico.

O simulador de pulso contém uma extremidade semelhante a um dedo, onde é acoplado o sensor do oxímetro em teste. Este dedo artificial contém um grau de opacidade e pulsatilidade mecânica de acordo com a SpO2, e frequência cardíaca ajustável.

Já o simulador eletrônico é capaz de testar separadamente o conjunto cabo sensor, e o console do oxímetro.

Neste tipo de simulador há um conector para o cabo e o sensor, onde são feitos testes de condutividade elétrica e de funcionamento dos Led’s emissores (vermelho e infravermelho) e do fotossensor. Há outro conector para o console do oxímetro de forma que o simulador gera um sinal elétrico correspondente a um determinado nível de SpO2 e frequência cardíaca.

Nas próximas semanas exploraremos em nosso BLOG, outros parâmetros atualmente disponíveis em monitores multiparâmetros, seus princípios de medição e aplicações, além de dicas importantes sobre problemas e interferências mais comuns, manutenção e calibração.

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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