Novembro 5, 2020

Saturação mista do oxigênio venoso (SvO2) e Espirometria.

Monitores Multiparâmetros: Parâmetros especiais – Saturação mista do oxigênio venoso (SvO2) e Espirometria.

Os novos parâmetros fisiológicos proporcionam, cada vez mais, cuidados médico assistenciais precisos e seguros, pois as informações sobre as funções fisiológicas são por sua vez também mais precisas, detalhadas e complementares.

Recentemente tratamos em nosso Blog sobre a Oximetria de pulso ou saturação funcional de oxigênio (SpO2) que mede e monitora o percentual da saturação funcional do oxigênio no sangue arterial. Hoje trataremos da saturação venosa mista de oxigênio (SvO2).

A monitorização da saturação venosa mista de oxigênio (SvO2) é usada para se avaliar o balanço entre oferta e consumo de oxigênio a nível sistêmico.

Princípio de Funcionamento

Assim como na Oximetria de pulso, a medição da SvO2 utiliza o princípio da espectrofotometria da luz e trabalha na faixa média de comprimentos de onda entre 660 nm (vermelho) e 810 nm (infravermelha). Essa faixa de espectro da luz pode variar de fabricante para fabricante.

Porém diferentemente da Oximetria de pulso que é uma medição não invasiva, a medição da SvO2 é invasiva através da inserção de um cateter em uma artéria pulmonar.

A saturação mista do oxigênio venoso (SvO2) é medida de forma contínua em uma artéria pulmonar. A SvO2 mede a percentagem de oxihemoglobina presente no sangue venoso e indica a quantidade de oxigênio que foi consumida pelos tecidos corporais.

Já a Oximetria SpO2 mostra a saturação de oxigênio no sangue arterial, que ainda alimentará os tecidos corporais com oxigênio. A comparação dos valores da SvO2 e Oximetria SpO2 permitem avaliar a eficácia com que o organismo está recebendo e consumindo oxigênio.

A monitoração da SvO2 permite avaliar e ajustar a terapêutica e os cuidados de enfermagem de rotina e auxilia na interpretação de variáveis hemodinâmicas como o equilíbrio ou desequilíbrio entre o consumo e a oferta de oxigênio.

Espirometria

A Espirometria é uma medição não-invasiva da mecânica pulmonar de pacientes em ventilação mecânica, pois estamos tratando da espirometria em monitores multiparâmetros, visto que ela é também realizada em pacientes sadios, por exemplo, durante testes de ergoespirometria,

A Espirometria mede as pressões, fluxo, volumes, complacência e resistência nas vias aéreas a cada respiração, através de sensores instalados nas tubulações dos ventiladores pulmonares que alimentam as vias aéreas do paciente.

Os sensores mais utilizados para medição de pressão e fluxo são por pressão diferencial, anemometria de filamento aquecido (termistor), tubo de Pitot e turbinométrico.

Os parâmetros normalmente medidos na Espirometria  são: Volumes correntes inspiratórios e expiratórios (Vcinsp/exp), Volumes inspiratórios e expiratórios por minuto (Vminsp/exp), Pressão de pico (Ppico), Pressões de plateau (Pplat),  média (Pméd) e  positiva expiratória final (PEEP), Complacência (C), Resistência das vias aéreas (Rva), Fluxo e Relação do tempo Ins/Exp (I:E).

Além desses parâmetros, são exibidas as curvas em tempo real (Fluxo), Loop pressão-volume (loop Pva-Vol.), Loop fluxo-volume (loop Fluxo-Vol.) e Curva de pressão em tempo real (Pva).

Todos os parâmetros e curvas citados acima podem variar em especificação e nomenclatura a depender do fabricante do equipamento.

Calibração

As calibrações de espirômetros e ventiladores pulmonares estão entre as mais complexas de equipamentos médicos pois são afetadas pelas condições ambientes e o sincronismo entre espirômetros/ventiladores pulmonares e os analisadores é crítico, visto que o volume é resultado da integração do fluxo no tempo.

As condições ambientais consideram o controle de temperatura, umidade relativa do ar e pressão barométrica (condições ATPD, ATPS, BTPS e STPD).

Diversas sociedades internacionais (ATS – American Thoracic Society, BTS British Thoraric Society) e a ABNT estabeleceram padrões em relação à capacidade, acurácia, erro, linearidade e registros gráficos.

Entre as normas ABNT NBR ISO podemos citar: 17025/2017 (Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração), 26782/2015 (Espirômetros), 80601-2-55 (Monitores gases respiratórios), 80601-2-12 (Ventiladores Pulmonares de Anestesia) e 80601-2-13 (Ventiladores Pulmonares de UTI).

Aspectos Operacionais importantes na Espirometria.

Alguns cuidados são essências para a garantia da correta medição das pressões, fluxos e volumes.

1.- Coloque um filtro HME/HMEF entre o sensor de Pressão/Fluxo e o paciente.

2.- Os portais dos sensores de Pressão/Fluxo devem ficar posicionados para cima com uma inclinação de 20 a 45° para impedir a infiltração de água condensada no interior do sensor e tubos.

3.- O espirômetro deve ser calibrado anualmente ou quando existir uma diferença permanente entre o volume inspiratório e expiratório. Para obter informações adicionais, consulte o manual técnico.

Nas próximas semanas continuaremos explorando em nosso BLOG, outros parâmetros de monitores multiparâmetros: Temperatura, Frequência Respiratória e Débito Cardíaco por tecnologia PiCCO.

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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