Outubro 21, 2020

Monitores Multiparâmetros: Parâmetros especiais

Monitores Multiparâmetros: Parâmetros especiais – Nível de Consciência (BIS®), Débito Cardíaco (CO), Pressão Invasiva (PI).

Além dos parâmetros fisiológicos principais já estudados em nossos dois Blogs anteriores sobre Monitores Multiparâmetros, agora vamos falar um pouco sobre alguns parâmetros especiais, mas que estão sendo, cada vez mais, inseridos nas rotinas de monitoração médica, especialmente em UTIs e Centros Cirúrgicos.

Nível de Consciência (BIS®)

A análise bispectral é um algoritmo matemático muito usado para processar o sinal do EEG. A tecnologia índice bispectral (BIS) é um índice absoluto que indica a atividade cerebral em resposta a anestésicos.

O BIS é um índice derivado do eletroencefalograma (EEG) na faixa entre 70 e 110Hz e reflete uma associação geral com o estado clínico do paciente. É concebido para ser utilizado por pessoal com formação no seu uso adequado e em pacientes adultos e pediátricos dentro de um hospital ou instalação médica. O índice Biespectral é uma tecnologia complexa.

Desde 2006 a Associação Americana de Anestesistas indica o uso do BIS como boa prática em anestesia. Practice Advisory for Intraoperative Awareness and Brain Function Monitoring (Anesthesiology 2006 – 104:847-64).       (https://pubs.asahq.org/anesthesiology/article/104/4/847/8951/Practice-Advisory-for-Intraoperative-Awareness-and).

Escala BIS

100 – Acordado: O paciente responde a voz normal

80 – Sedação moderada: O paciente responde a comandos ditos em voz alta.

40 a 60 – Anestesia geral: É baixa a probabilidade do paciente sofrer memória explícita e o paciente não reage a estímulos verbais.

20 – Estado hipnótico profundo: A supressão do EEG, padrão de EEG facilmente reconhecível que se caracteriza por impulsos de atividade de formatos variados que alternam com episódios de ausência de atividade.

0 – EEG isoelétrico:  Nenhuma atividade cerebral detectada

Débito Cardíaco (CO)

O débito cardíaco é o volume de sangue ejetado pelo coração por unidade de tempo, sendo geralmente expresso em litros por minuto. A determinação do débito cardíaco é feita através da introdução de um cateter de Swan-Ganz através de uma veia, e percorrendo um caminho até o coração.

Este método conhecido como Termodiluição é fácil e rápido, baseado na diferença de temperatura entre dois pontos após injeção de soro gelado. Assim como outros métodos de medição de CO, a termodiluição é estimativa e necessita uma média de várias medidas.

Uma vez que o cateter esteja corretamente posicionado, a medição do débito cardíaco é feita através da injeção de soro cuja temperatura é inferior à do sangue, através de um orifício no cateter. Esse soro ao se misturar ao sangue provoca uma redução em sua temperatura. Essa redução de temperatura é vista como uma curva na tela de monitoração de débito cardíaco.

Assim, o débito cardíaco é determinado através de uma relação que envolve a quantidade de líquido injetado, o tipo de cateter e a mudança de temperatura do sangue pelo tempo (curva de débito cardíaco).

Vários outros métodos  alternativos  para medição de CO e volemia são consensados para uso em monitoração e suporte hemodinâmico em UTI (http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2006000100013).

Outros métodos:  Método de Fick, método angiográfico, Doppler Transesofágico e débito cardíaco por diluição de lítio (método mais preciso e contínuo, quando comparado com termodiluição).

Pressão Invasiva (PI)

A monitoração da pressão invasiva demanda equipamentos e acessórios adequados, para que seja feita de forma precisa e adequada.

A perfeita montagem do sistema, permitirá uma boa monitoração das curvas de pressão do paciente por um longo período de tempo, reduzindo checagens e aumentando a qualidade e confiabilidade na leitura da pressão monitorizada.

Método de Medição com Transdutores eletrônicos

A pressão medida é obtida pela transmissão da pressão hidrostática, por uma série de cânulas preenchidas com soro fisiológico para um dispositivo eletromecânico (transdutor). O transdutor é isolado fisicamente do soro por um dispositivo chamado Dome que é conectado ao cateter de transmissão de pressão , que apresenta uma câmara com uma membrana flexível , que fica em contato com a membrana do transdutor, transmitindo o sinal de pressão para este e permitindo manter estéril a solução salina que preenche o sistema.

Nível de Referência – ZERO

O ponto de referência anatômico utilizado como “zero” para medidas das pressões intravasculares é o ponto no meio do tórax, em geral conhecido como linha axilar média e as medidas das pressões com o paciente são realizadas em decúbito dorsal horizontal.

É aconselhável que naqueles pacientes conectados a ventiladores mecânicos, sejam mantidos os parâmetros respiratórios atuais (inclusive PEEP) durante os registros de pressões.

Principais Fatores de Erro na Medida e Interpretação

Relacionados ao paciente: Zero inadequado ou variável, mudanças de posição no leito, ventilador mecânico com PEEP ou CPAP, Tosse ou esforço respiratório, Pneumotórax.

Relacionados ao cateter: Cateter posicionado inadequadamente, com conexões excessivamente finos ou longos ou com conexões de alta complacência, presença de trombos na luz do cateter ou ponta impactada, presença de ar no sistema hidráulico, artefatos criados pela mobilização externa do cateter ou ocasionados pelos batimentos cardíacos.

Relacionados ao transdutor e monitor: Alterações das condições mecânicas da membrana do transdutor. ocasionada pelo mau uso ou uso prolongado e excessivo e calibrações inadequadas.

Nas próximas semanas continuaremos explorando em nosso BLOG, outros parâmetros atualmente disponíveis em monitores multiparâmetros, seus princípios de medição e aplicações, além de dicas importantes sobre problemas e interferências mais comuns, manutenção e calibração.

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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