Setembro 23, 2020

Termômetro Infravermelho (TIV): Funcionamento, Verdades e Mitos!

Circulam pela Internet alguns vídeos que tratam de aberrações difundidas sobre os Termômetro Infravermelho amplamente utilizados na monitoração da COVID-19. O assunto tomou tanta relevância que no último dia 14/09/2020 a ANVISA emitiu alerta com esclarecimentos sobre o assunto.

Neste alerta a ANVISA afirma: “A Anvisa informa que é falsa a notícia de que o uso de termômetros infravermelhos direcionados para a testa pode fazer mal ao ser humano, em especial à região da glândula pineal”. (http://portal.anvisa.gov.br)

Por se tratar de equipamento de uso médico é muito importante separar os mitos das verdades sobre o funcionamento e uso dos termômetros infravermelho.

Os termômetros tipo infravermelho utilizados para medir a temperatura corporal com finalidade exclusiva para triagem, sem fins de diagnóstico médico, não são considerados produtos para saúde, nos termos da RDC 185/2001 (http://Portal.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26788), e alterações pelas RDC 40/2015 e RDC 211/2018.

Por isso, não precisam de aprovação da Anvisa para sua utilização e não necessitam da autorização para fins de importação, fabricação e comercialização no país, conforme a Lei 6.360/1976.

Porém, existem normas técnicas que estabelecem as condições de calibração e uso dos termômetros clínicos infravermelhos para medição temperatura corporal (ABNT NBR 17025, ABNT NBR 80601-2-56  e INMETRO DOQ-CGCRE-054).

Como funciona um Termômetro de Infravermelho (TIV)

A radiação infravermelha (IV) é parte do espectro eletromagnético e localiza-se entre a faixa de luz visível e as ondas de rádio, também conhecida como radiação térmica, abrangendo a faixa de comprimentos de onda de 780 nm a 1 mm. Veja o espectro abaixo.

Os termômetros IV usam sistemas ópticos e detectores para detectar a energia, na forma de calor, emitida pelo corpo humano.

Mitos e Verdades sobre Termômetros tipo Infravermelho

1.- Mito: A temperatura é medida pela luz laser. FALSO, pois essa luz laser nos TIR serve apenas para indicar o ponto que a temperatura está sendo medida.

2.- Mito: A luz laser pode cegar pessoas. FALSO com observação. Se o TIV apresenta qualidade adequada ele obedece a norma IEC 60825-1(Safety of Laser Products) e deve estar na Classe 2 (Potência < 1 mW). Essa potência é tão baixa, que caso o feixe de luz seja direcionado diretamente para o olho, haverá um reflexo tão rápido, fechando o olho, evitando qualquer dano por exposição prolongada. É apenas incômodo como qualquer luz de uma pequena lanterna que também seja direcionada diretamente nos olhos. Portanto é importante que se adquira TIV de marca tradicional e principalmente de grau médico.

3.- Mito: Os Termômetros TIR emitem “descargas magnéticas e de raios ultravioletas” ou mesmo outros tipos de energias eletromagnéticas. FALSO. Os TIV não emitem nenhum tipo de energia, apenas captam a energia do espectro INFRAVERMELHO EMITIDO PELO PRÓPRIO CORPO HUMANO, OU SEJA, CALOR!

4.- Mito: A medição de temperatura no pulso é tão precisa quanto na testa. FALSO. Este ponto merece uma discussão um pouco mais ampla, pois os pontos de medição de temperatura corporal mais precisos são nas axilas ou retal, que definitivamente não são adequados para medição em locais públicos, como entradas de shoppings, supermercados ou mesmo de hospitais. Porém a medição de temperatura na testa é mais precisa que no pulso, pelo fato do pulso ser uma extremidade, portanto mais suscetível às interferências ambientais. Um fato prático é que ao se desconfiar que alguém está febril, se toca a testa e não pulso.

O Conselho Federal de Farmácia indica o TIV com ponto de medição na testa como o método mais adequado para medição de temperatura durante a pandemia da COVID-19 (https://www.cff.org.br/userfiles/Corona001%20-%2016mar2020.pdf).

5.- Fato: Não são todos os Termômetros de Infravermelho que são adequados para a medição da temperatura do corpo humano. VERDADE. Os TIR indicados são os de grau médico, que apresentam o range de medição de temperatura o mais próximo possível da faixa clínica. O TIR de grau médico geralmente apresenta range de medição entre 30 e 45ºC.

6.- Fato: A distância de medição entre o TIR e o ponto de medição no corpo do paciente interfere no valor da leitura. VERDADE. Cada TIR possui distâncias focais específicas que garantem a medição com a precisão da leitura dentro do preconizado pelo manual do fabricante. Essas informações das distâncias focais constam no Manual de Operação do TIR.

7.- Fato: O material da superfície na qual se está fazendo a medição de temperatura pode interferir na precisão da leitura. VERDADE. O valor da medição da temperatura depende do fator de emissividade da superfície.

A leitura do TIR  em função da radiação é proporcional à tensão gerada pelo detetor de Infravermelho descrita pela equação:

   V (T) = εKT N

Onde:  V(T) = tensão como função da temperatura,  ε = Emissividade,  K = Constante de Boltzmann,  T = temperatura do objeto, λ = Comprimento de onda e N – fator calculado com N= 14330/λT.

Portanto TIR para medição de temperatura em ser humano deve ter emissividade especifica para pele humana, o que geralmente os TIR de grau médico apresentam.

Em resumo, Termômetro de Infravermelho para medição de temperatura corporal com ponto de medição na testa, especialmente o de grau médico é seguro, preciso e ferramenta importante na monitoração da COVID-19.

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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