Setembro 16, 2020

Eletrobisturis: procedimentos cirúrgicos

Eletrobisturis: equipamentos essenciais nos procedimentos cirúrgicos

Eletrobisturis, tecnicamente denominados Equipamentos Cirúrgicos de Alta Frequência (ECAF), são essenciais na maioria maciça dos procedimentos cirúrgicos. De uma simples cauterização de uma lesão na pele, a uma complexa cirurgia cardíaca aberta eles estão presentes.

Eletrobisturis, incluindo seus acessórios, são destinados ao desempenho de operações cirúrgicas, como corte e coagulação de tecido biológico, utilizando correntes de alta frequência conforme definição da NBR IEC 60601-2-2.

A invenção do eletrobisturi, como conhecemos hoje, é creditada a William T. Bovie, que o utilizou pela primeira vez em Outubro de 1926 em uma cirurgia no Peter Bent Brigham Hospital (Boston – EUA)  pelo neurocirurgião Dr. Harvey Williams Cushing.

Princípios de Funcionamento

Seu funcionamento baseia-se na aplicação de corrente elétrica alternada de alta frequência (frequência maior que 100 KHz), concentrada no ponto cirúrgico (eletrodo ativo com alta densidade de corrente elétrica) e dispersão dessa mesma corrente através do eletrodo de retorno ou eletrodo de paciente.

O eletrodo de retorno deve ter área relativamente grande para conexão ao corpo do paciente e é destinado a fornecer um caminho de retorno para a corrente de alta frequência, com uma densidade de corrente no tecido do corpo tal que os efeitos físicos, assim como queimaduras, sejam evitados.

Para isto, a área do eletrodo neutro deve garantir uma densidade de corrente elétrica menor que 1,0 mA/mm2 (ANBT IEC 60601-2-2 – Subseção 201.8.8.3.102).

Princípio de Funcionamento (Manual GEMA. Calil, S.J. p593)

Os ECAF possuem frequência principal de operação na faixa entre 200 KHz e 1 MHz. Essa faixa de frequência não estimula as células neuro musculares, portanto, não geram os efeitos de choque elétrico provocados por corrente alternada de baixa frequência, como percebemos tipicamente nas correntes de 60 Hz, alimentação elétrica presente nas residências, indústrias e hospitais.

Eletrodo de Retorno ou Placa de Paciente ou Eletrodo Neutro

O Eletrodo de retorno é o acessório mais importante de um ECAF, pela sua função de segurança ao garantir a dispersão de corrente com baixa densidade da corrente (menor que 1,0 mA/mm2), apesar da corrente ter a mesma intensidade em todo o circuito, desde o eletrodo ativo até o eletrodo neutro.

Podem ser do tipo Adesivo Resistivo Universal ou Bipartido (admite o Monitoramento da Qualidade do Contato – MQC) ou do tipo Capacitivo (ou eletrodo tipo colchão) que usa o princípio do acoplamento capacitivo e não necessita estar colado a uma determinada região do corpo do paciente.

Modos e Modalidades de operação: Monopolar e bipolar – Corte e Coagulação

Os ECAF podem operar nos modos Monopolar e Bipolar e nas modalidades Corte e Coagulação com respectivas sub modalidades Monopolar Cortes Puro e Blend e Coagulação por Dissecação, Fulguração (Spray).

No modo Bipolar são usados dois eletrodos (geralmente iguais, como as pontas de uma pinça ou tesoura), que funcionam como os eletrodos ativos e de retorno do modo monopolar. Isso significa que não há necessidade da placa de retorno.

Todos os dispositivos relacionados com o Corte são identificados pela cor Amarela, enquanto os dispositivos relacionados à Coagulação são identificados pela cor Azul.

Além dessa identificação visual, as operações de corte e coagulação são sinalizadas através de sons com frequências distintas que permitem orientar o cirurgião sobre qual modalidade está sendo ativado mesmo sem que ele olhe os botões do eletrodo ativo que estão sendo acionados.

Unidades opcionais e acessórios

Além dos acessórios principais, os eletrodos ativo e de retorno, os ECAF possuem acessórios tipo pedais, com as funções de Corte e Coagulação que podem ser acionados pelos pés do cirurgião em substituição aos acionamentos existentes no eletrodo ativo.

Os ECAF podem também operar com unidades de coagulação monopolares de um feixe de argônio. O argônio se ioniza sob tensões mais baixas que o ar, sem aumento de temperatura, formando um verdadeiro “pincel” de corrente elétrica. O resultado é uma coagulação rápida e homogênea, ideal para grandes áreas de sangramento, em tecidos muito vascularizados, em grandes cirurgias ou procedimentos endoscópicos.

Veja em nosso BLOG os riscos e cuidados que devem ser observados para uma operação segura com os Equipamentos de Cirurgia de Alta Frequência (Eletrobisturis).

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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE

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