Os exames mais comuns de Videoendoscopia (videoendoscopia digestiva alta EDA, colonoscopia, Retossigmoidoscopia, CPRE e também broncoscopias), em função do acesso aos órgãos do sistema digestivo, tornam os equipamentos totalmente contaminados ao final de cada exame.
Processamento dos Videoendoscópios Flexíveis
O processamento (teste de vazamento, limpeza, inspeção visual, enxague, desinfecção de alto nível, secagem e armazenamento) dos videoendoscópios é fundamental no controle de infecções hospitalares. Todas as etapas do processamento envolvem conhecimentos técnicos especializados de Enfermagem e multidisciplinar sobre riscos físicos, biológicos e químicos.
O processamento, que pode ser manual ou automatizado (com uso de lavadoras automatizadas específicas para videoendoscópios flexíveis) deve seguir rígidos protocolos, como por exemplo, o protocolo sugerido pela ANVISA (http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/sobeeg_manual.pdf).
Exemplo dos canais internos de um endoscópio (fibroscópio) flexível.
Em função do uso de instrumentos abrasivos (pinças, cateteres, etc) no canal de biopsia/sucção, canal em material plástico, pode sofrer cortes, os quais permitirão a entrada de líquidos nos compartimentos onde se localizam todos os componentes eletrônicos e de micro mecânica, que podem causar danos severos e de alto custo de manutenção.
Dentro as diversas etapas do processamento a primeira a ser realizada, antes de qualquer procedimento de limpeza é o teste de vazamento (Leakage Test). A função deste teste é verificar a integridade do canal de biopsia/sucção.
Garantindo assim, que o processamento não cause danos aos componentes internos ao tubo de inserção.
A realização do correto processamento dos videoendoscópios envolve muitas variáveis tais como natureza, concentração e tempo de atuação de detergentes e desinfetantes, volume, qualidade e temperatura da água utilizada, assim como os instrumentos de limpeza e sua perfeita aplicação.
Um fator que influencia na qualidade do processamento é o lay-out das salas de limpeza e desinfecção. A adequada movimentação dos equipamentos reduz o tempo de processamento, assim os erros na sequência das etapas.
Armazenamento dos Videoendoscópios Flexíveis
Etapa importante no processamento dos videoendoscópios flexíveis é o armazenamento, que deve ser feito em armários projetados para este tipo de equipamento. Além de ser parte do processamento, o armazenamento, quando correto, aumenta a vida útil dos videoendoscópios flexíveis.
O armário de armazenamento ou arsenal deve ter minimamente os seguintes componentes: Sistema de Ventilação com Filtros de Entrada e Saída, Sistema de Desinfecção por lâmpadas UV, magazine superior para encaixe do cabeçote de comando e magazine inferior para encaixe do conector de vídeo/fonte de luz, sistema de temporizados de ciclos de ventilação e desinfecção, sensores de porta, porta objetos para válvulas, conectores, bocais e etc.
Tendências e novas tecnologias
As grandes evoluções tecnológicas em miniaturização de dispositivos mecânicos e óticos, microeletrônica, nanotecnologia e também em materiais especiais, também estão sendo incorporadas aos videoendoscópios flexíveis.
As novas tecnologias integram recursos de ultrassonografia aos equipamentos de videoendoscopia flexíveis, como ecoendoscopia (linear e radial), ecobroncoscopia (EBUS).
Outra vertente são as cápsulas endoscópicas que são micro câmeras filmadoras, como opção para avaliar o intestino delgado, porém seu uso está limitado à algumas patologias, conforme guidelines da American Gastroenterological Association (https://doi.org/10.1053/j.gastro.2016.12.032).
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Texto: Jorge Cardoso Pereira – Engenheiro CREA RN 260699320-9 – EC UNICAMP/MBA FGV GERENCIAMENTO PROJETOS/MBA FGV GESTÃO EXECUTIVA EM SAÚDE
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